Nem sempre o caminho é claro ao longo da viagem da vida. Por todo o percurso, recebemos indicações, sugestões, orientações, propostas. Como discernir as indicações boas das más, as que nos dão pistas certas e as que nos lançam por caminhos sem saída? Todos os que se apresentam como “guias” são dignos da nossa confiança? A Palavra de Deus que a liturgia deste domingo nos propõe convida-nos a refletir sobre isto.
1ª Leitura (Ecl 27, 5-8)
Salmo 91
2ª Leitura (1 Cor 15, 54-58)
Evangelho (Lc 6, 39-45)
A primeira leitura, na mesma linha, oferece-nos um conselho muito prático, mas também muito sábio: não julguemos as pessoas pela primeira impressão, pela forma como se apresentam ou pelas atitudes mais ou menos exuberantes que exibem: deixemo-las falar, escutemos o que dizem, pois as palavras revelam, mais cedo ou mais tarde, a verdade ou a mentira que há em cada coração.
A segunda leitura traz-nos a conclusão de uma catequese de Paulo de Tarso sobre a ressurreição dos mortos. É uma temática substancialmente diferente da que aparece nas outras duas leituras deste domingo. Podemos, no entanto, dizer que a ressurreição, a vida plena, é a meta final do caminho para aqueles que se deixam guiar por Jesus e que vivem de acordo com o Evangelho deixado por Ele.
No Evangelho Jesus põe os seus discípulos de sobreaviso contra os “guias cegos”, arrogantes e prepotentes, sedentos de protagonismo, cujo interesse está nos seus projetos pessoais e não no bem dos seus irmãos. Os caminhos que eles apontam não levam à vida.
Os discípulos poderão detectar esses “falsos mestres” pelas suas ações e pelas suas palavras, que acabam por revelar os interesses inconfessáveis que escondem no coração. Se as propostas que nos apresentam não estão em linha com as propostas de Jesus, esses “guias” não devem ser escutados.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 8º Domingo, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da Paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver plenamente a Palavra de Deus.