A liturgia da Palavra deste 23º domingo do Tempo Comum – dia da Independência do Brasil – põe no centro o discipulado de Jesus e as exigências que configuram um novo modo de ser no mundo. Jesus convida ao desapego e chama a “carregar a cruz”, atitudes que devem ser enraizadas no Evangelho, com o discernimento do homem que quer construir uma torre e do rei que sai para guerrear contra o inimigo.
O discipulado não pode ser compreendido como o cumprimento de normas exteriores, uma lista de códigos, mas deve ser aprofundado naquilo que a primeira leitura chama de “sabedoria divina”. Tal sabedoria é testemunhada na segunda leitura, em que a intercessão de Paulo em favor de um escravo fugitivo, Onésimo, guarda o pedido para que o cristão Filêmon, o dono do escravo, o acolha “não mais como escravo, mas como irmão querido”. Essa novidade relacional só pode ser alcançada à luz da sabedoria “do alto”.
1ª leitura (Sb 9,13-18)
Salmo 89
2ª leitura (Fm 9b-10.12-17)
Evangelho (Lc 14,25-33)
As grandes multidões que seguiam Jesus – às vezes, como hoje, por motivos duvidosos – são desafiadas a aprofundar o significado do discipulado ou, à luz da primeira leitura, a sabedoria do discipulado, a qual jamais pode ser confundida com a busca de desejos pessoais, mas leva a pessoa a configurar um novo estilo de vida, segundo o Evangelho.
“Amar é durar”. Nestes nossos tempos absorvidos pela “liquidez”, em que tudo “escorre pelas mãos”, escolher firmemente o “durar” é amadurecer um caminho mais lento, observar com maior atenção, respirar com maior leveza, tratar os outros com maior gentileza, ativar sensações que a velocidade não permite e processos coletivos que o egoísmo quer bloquear. A “sabedoria de Deus” exige uma vida nova. Que Deus continue a iluminar e abençoar a soberania do nosso amado Brasil.






